Discurso no Ato Público dos Ministério de Ciência e Tecnologia e Governo da Bahia, realizado no Parque Tecnológico, Salvador, Bahia

05 de Novembro de 2009

Eduardo Lacerda Ramos – Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia

O pensamento Grego, o discurso da Renascença, as duas revoluções industriais e o atual paradigma científico ambientalista nos trouxeram até o Parque Tecnológico; aqui e agora, neste momento histórico da Bahia, o Exmo. Sr. Ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende e o Exmo. Sr. Governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, se mantêm na vanguarda dos Governos Federal e Estadual comprometidos com o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado da Bahia.

Estaremos no futuro próximo (10 anos) experimentando uma revolução no padrão tecnológico do porte ou maior que a ocorrida após a segunda guerra mundial.

O Governo da Bahia, através do Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, liderado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, reflete o consenso universal quanto à essencialidade da Ciência, Tecnologia e Inovação que conduziu as Nações Unidas a apoiar uma política mundial com governos nacionais e estaduais.

Por não produzirem resultados econômicos imediatos, os investimentos na produção Científica, na geração de Inovações e no desenvolvimento das Tecnologias constituem responsabilidade preponderante do poder público, que promove ações nesse sentido através das Universidades e Instituições de Ciência e Tecnologia  e das empresas inovadoras. Em muitos casos, o resultado desta produção se restringe ao círculo da academia, não se propagando pelo setor produtivo, o que contribui para o atraso no processo de desenvolvimento e de inclusão social. Há inovações cujos benefícios, pela sua própria natureza, resultam de difícil apropriação sob o ponto de vista privado, caso do conhecimento sobre clima, solo, calendário agrícola, por exemplo, o que os tornam pouco atraentes aos grupos empresariais de pesquisa. Nesse caso, é imperioso que o setor público assuma a liderança do processo de geração de conhecimento.

Pode-se abrigar entre as ações voltadas para a “ciência”, os incentivos individuais e institucionais à pesquisa e à pós-graduação e especialização nas universidades públicas e privadas. Ações vinculadas à inovação destinam-se a estimular as investigações na fronteira do conhecimento em busca de novos processos, materiais e aplicações, de modo a poupar recursos e agregar valor aos processos de produção, enquanto as ações vinculadas à tecnologia estão associadas a processos de transferência, incorporação de tecnologia a processos produtivos em benefício de grupos humanos que podem melhorar substantivamente sua qualidade de vida, pois passam a conhecer, dominar e utilizar uma tecnologia que se encontra disponível em outros setores ou regiões. A aprovação da Lei Estadual de Inovação representa um avanço substantivo para aproximar o setor produtivo da academia na busca por tecnologia.

O progresso científico poderá ser acelerado a partir do intercâmbio com outros países. Por isto foi criado um Grupo de Trabalho no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação para articular o intercâmbio científico internacional em áreas estratégicas, como energia limpa, água (despoluição da Bahia de Todos os Santos e suas bacias hidrográficas), segurança publica, e reestruturaçao urbana.

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação tem interpretado a política do governo através de programas e projetos como o Parque Tecnológico, inclusão sociodigital, fortalecimento da competitividade de micro, pequenas e médias empresas, pesquisa e desenvolvimento nas áreas de biotecnologia, energia e meio ambiente, tecnologia de Informação e comunicação – TIC, popularização da ciência, centro de Educação Cientifica do Semi Árido, incentivo a empreendimento de base tecnológica, Lei de Inovação do Estado da Bahia, fortalecimento da base tecnológica e empresarial das Instituições de Ensino e Pesquisa, alem do trabalho da Fundação de Amparo à Pesquisa do  Estado da Bahia – Fapesb, com atividades de estimulo ao desenvolvimento científico e tecnológico, e atividades complementares como a biofábrica do semi-árido etc.

Os projetos de popularização da Ciência, difusão do conhecimento e da tecnologia como mecanismos de melhoria imediata dos processos de produção associados às camadas mais necessitadas da população, decorrem do objetivo principal do Governo Wagner de promover a igualdade de oportunidades para todos.

As ações de governo em benefício da população não devem perder de vista o setor produtivo, principal instrumento de realização do esforço coletivo, que irá proporcionar geração de trabalho, renda, dignidade e cidadania.

O Parque Tecnológico visa vincular o desenvolvimento científico e tecnológico ao setor produtivo, estabelecendo um ambiente estimulante aos negócios de tecnologia de ponta, introdução de inovações, transferência de tecnologias, consolidação de empreendimentos de classe mundial, desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e processos, formação de capital humano e modernização dos diversos setores da sociedade.

O Parque Tecnológico da Bahia é um empreendimento no valor de 100 milhões de reais, dos quais, agora o Ministério de Ciência e Tecnologia está disponibilizando uma parcela. O Parque está sendo implantado na Avenida Paralela em Salvador, numa área de meio milhão de metros quadrados ou 50 hectares, tendo o Tecnocenter como o coração do Parque, com 24 mil metros quadrados de área construída, e constando de outros equipamentos, o Virtuarium e o Mundo da Ciência. É realizado em parceria dos Governos Federal, Estadual e Municipal, e com a coordenação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação. Este Parque consistirá de um centro de convergência do sistema estadual de inovação da Bahia congregando as esferas pública, acadêmica e empresarial, bem como centros de pesquisa, institutos tecnológicos, universidades e agências federais e estaduais. Tem com áreas prioritárias Biotecnologia e Saúde, Energia e Meio Ambiente, Engenharias e Tecnologia de Informações e Comunicação.

No entorno do Parque existem três comunidades com população total de 160 mil pessoas, parte das quais vivendo em estado de miséria. Além do trabalho de desenvolvimento destas comunidades sendo realizado pela administração do Parque, estamos demandando que um processo acelerado de reestruturação urbana seja realizado imediatamente para que estas comunidades alcancem, num período de dois anos, um nível de bem estar compatível com sua vizinhança a um Parque Tecnológico.

Excelentíssimos Senhores, Ministro e Governador e demais presentes, podemos nos regozijar por este Parque estar vocacionado a ser um dos melhores do Brasil, e certamente o mais formoso pelos seus padrões urbanísticos e de eco eficiência. A exuberância da Mata Atlântica que nos rodeia e encanta, é um testemunho vivo destes sonho e realidade, o Parque Tecnológico da Bahia.

2 comentários em “Discurso no Ato Público dos Ministério de Ciência e Tecnologia e Governo da Bahia, realizado no Parque Tecnológico, Salvador, Bahia”

  1. Parabens, Professor Eduardo Ramos! Principalmente pelo seu desejo de levar nconhecimentos a tantos quanto deles necessitem.Lamento que o Governo da Bahia não pudesse usufruir das suas decisões e projetos que colocariam o nosso estado num patamar científico elevadissimo. Vamos chorar o leite derramado!

  2. Obrigado, Alyrio pelo comentário. Sugiro que você dê uma olhada no Programa proposto de Reestruturação Urbana, constante no post RELATÓRIO da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTI: Setembro 2009 – Março 2010 deste blog, desde que se refere ao Programa CIEPS, dos nossos saudosos Brizola e Darci Ribeiro.

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