Discurso em Celebração de 45 Anos da Formatura da Turma de 1965 de Agronomia

Discurso em Celebração de 45 Anos da Formatura da

Turma de 1965 de Agronomia

12 de Dezembro de 2010

Eduardo Lacerda Ramos

E-mail: elramos1@uol.com.br / elramos@atarde.com.br

Site: www.eduardolramos.com.br

Agrônomos de 1965 / 2010

Escola Agronômica da Bahia / Escola de Agronomia da Bahia / Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Recôncavo – UFRB

Adriano Silva França Heitor Andrade Mario Augusto Pinto Cunha
Agenor de Jesus Souza Hélio da Silva Marques Mario Murici Santos
Alberto Magno Paiva Hélio Vasconcelos Cardoso Mauricio Antônio Coelho
Antonio Palmeira de Lima Joacy Nunes Dourado Mauto Souza Diniz
Augusto Ribeiro Sales João Antônio da Fonseca Araújo Nivaldo Souza Magnavita
Aurino Soares de Melo Joaquim Batista Nylvio Alves de Oliveira Borba
Benedito Marques da Costa Jorge Spinola Costa Orlando Aranha Santiago
Cyro Mascarenhas Rodrigues José Dias Ferreira Orlando José Fentaines
Edson Pereira Leal José Olino de Andrade Lima Persival Lopes Alvarenga
Eduardo Lacerda Ramos José Waltércio de Aquino Raimundo Silva
Enéas Cruz Fonseca Dorea José Aloísio de Oliveira Ramilson Pina Menezes
Francisco Paulo B. Chiachio Lauro Sobral Sandoval Gonçalves Felix
Frederico Guilherme Bandeira Luciano Martins Ubaldo Santos
Geraldo Prisco da Silva Luiz Vieira Sarmiento

Ficamos pesarosos com as ausências dos colegas falecidos, Adriano, Alberto, Antonio Palmeira, Jorge Spinola, Hélio, José Aloísio, e Raimundo.

Queridos colegas e esposas, filhos e netos, prezados amigos, convidados, e demais pessoas presentes neste momento tão significativo:

Sabemos que a união da nossa turma nestes 45 anos, deve-se à convivência nos anos de 1961 a 1965 na Escola Agronômica, com nossos diletos Professores, como os Professores Antonio José da Conceição, José de Vasconcelos Sampaio, e Affonso da Silva Ramos; funcionários como Dona Angelina Pepe e Seu Carlito, e com a comunidade de Cruz das Almas e Municípios vizinhos como Cachoeira e Sapeaçu, onde se destacava o Distrito de Baixa de Palmeiras, terra do colega Enéas, e de Enilda, irmã de Enéas e esposa do saudoso colega Maurício Coelho, queridíssima desta turma.

Estes 45 anos transcorreram durante a segunda metade do Século XX, fazendo parte do período dos últimos três séculos na seqüência das civilizações do carvão, do petróleo, e vivenciando os prelúdios de civilização movida pela energia solar captada diretamente ou pela biomassa.

A evolução da questão energética sinaliza uma fase final do petróleo devido à conjunção dos seguintes fatores: (1) em dez à vinte anos atingiremos o nível mais alto da produção mundial de petróleo, e as reservas economicamente viáveis de se explorar poderão se esgotar em cem anos; (2) geopoliticamente argumenta-se que a manutenção das linhas de abastecimento a partir do oriente médio está se tornando instável à ponto de vir a premiar fontes alternativas; (3) a pressão política ambientalista se fortalece com a evidência que a redução das emissões de gases de efeito estufa será insuficiente mesmo que se cumpram os protocolos internacionais vigentes.

O declínio do petróleo pode ser acelerado com os resultados de um conjunto de mudanças tecnológicas, quais sejam, redução do consumo de combustíveis por veículos, avanço dos programas de biomassa, uso mais eficiente do gás, utilização do etanol celulósico como novo tipo de combustível.

A transição da civilização do petróleo para a civilização da energia limpa (hidroelétrica, eólica, e solar) envolve mudanças nas fontes ou tipos de recursos empregados na geração de energia e simultaneamente transformações no modus vivendi da sociedade humana. Estas são concernentes a segurança alimentar, sistema de transporte, padrão de consumo, uso e conservação de energia e demais recursos, feição da cidade, desenvolvimento em espiral de conhecimentos científicos de áreas como biologia, engenharias elétrica e agronômica, e outras. Tal desenvolvimento pode potencializar o processo de expansão econômica industrial e agrícola.

Durante a transição para a civilização de energia limpa, os países como o Brasil, auto-suficientes na produção de petróleo, poderão contemplar a alternativa de exportação da commodity. Pode, também, visualizar a revolução energética em curso, sabendo que, historicamente, a nova fonte de energia se apresenta mais eficiente e barata, antes que a velha fonte se esgote.

A repercussão da transição a nível regional, ocorre em cenários diferenciados por biomas, como o cerrado, o trópico úmido, e nosso semi-árido.

O Semi-Árido é proeminente nas expectativas de regiões produtoras de energia limpa; enquanto o Vale do São Francisco é destacado nacionalmente como área produtora de energia hidroelétrica, e possui o maior potencial de geração de energia solar no Brasil.

À frente da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTI, envidamos esforços para a criação na Bahia de um poderoso polo de conhecimento em energia limpa, inclusive energia solar.

Alem de fazer parte deste momento de transformação do paradigma energético da civilização atual, a segunda metade do século XX compõe  o século mais violento da historia, haja vista as ocorrências das duas grandes guerras mundiais, além das guerras da Coréia, do Vietnam, Iran / Iraque, a invasão do Iraque, das guerras de libertação coloniais dos anos 50 e 60, além das revoluções da China em 1949, da Rússia em 1917, e a violência interna em países como os Estados Unidos, o Brasil e outros. Fomos afortunados em passar ao largo dos grandes conflitos internacionais, além de termos nos beneficiado dos períodos em que pudemos crescer economicamente pelo processo de substituição das importações, e mais recentemente, pela diversificação da dependência no mercado externo, e chegamos a alcançar o status de uma das nações mais industrializadas do mundo. Poderíamos ter evoluído muito mais rapidamente na área das condições sociais da população porque ainda permanecemos no 73º colocação, dentre 169 países, quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano IDH, abaixo de países como Iran, Rússia Peru, Costa Rica, México, Panamá, Uruguai, Argentina, e Chile; na área política houve progressos extraordinários nestes últimos anos, como revelaram a ascensão ao poder de Mandela na África do Sul, Obama nos Estados Unidos e Dilma no Brasil, simbolizando a ascensão ao poder de representantes de parcelas significativas de populações oprimidas do mundo, ou sejam, os povos colonizados, os negros e as mulheres.

Esta trajetória violenta no plano internacional e crescimento no nacional têm sido por nós vivenciados, enquanto criamos nossas famílias e chegamos a um patamar em nossa existência de reflexão sobre a sempre almejada paz.

Sim, nesta civilização essencialmente competitiva e materialista, sabemos que as forças da solidariedade sempre tiveram suas fileiras fortalecidas pela razão daqueles que amadureceram através das lides dentro da sociedade, sejam familiares, profissionais e/ou políticas. A propósito este argumento pode nos levar, como um eco, à afirmação feita no discurso de nossa formatura em 12 de dezembro de 1965, de que “nada no mundo vive e prospera senão à sombra do amor”.

Esta simpatia pelos valores da paz, da solidariedade e do amor, nos conduz a premiar os encontros da nossa turma, que possibilitam-nos rememorar nossa vida universitária, compartilhar nossas experiências da vida profissional e desfrutar da convivência, mesmo que em poucos dias, com os colegas, familiares e amigos.

Podemos nos regozijar por estarmos em Sergipe, pela beleza de seus cenários geográficos, pela simpatia e hospitalidade do seu povo, e a profunda amizade e admiração pelos colegas da terra, José Olino e Lauro, e dos colegas falecidos, Alberto, Hélio, e Raimundo, e porque não incluir o colega Prisco, que aqui tem vivido por muitos anos.

Prezados colegas, familiares e amigos, este encontro por si só comprova a grande força da nossa amizade e do nosso amor. Nesta fase de nossas vidas podemos nos orgulhar da contribuição que temos dado a nossas famílias e a sociedade como um todo. Possivelmente, poderíamos relaxar com os seguintes conselhos de um dos maiores escritores do século XX, Jorge Luiz Borges, para aqueles que vão passar dos 85 anos:

“Se eu pudesse viver novamente a minha vida,

na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito,

relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido,

na verdade bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico.

Correria mais riscos, viajaria mais,

contemplaria mais entardeceres,

subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a lugares onde nunca fui,

tomaria mais sorvete e menos lentilha,

teria problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata

e produtivamente cada minuto da

sua vida; claro que tive momentos de alegria.

Mas, se pudesse voltar a viver,

Trataria de ter somente bons momentos.

Porque, se não sabem, disso é feita a vida,

só de momentos,

não percas o agora.

Eu era um desses que nunca ia a parte

alguma sem um termômetro,

uma bolsa de água quente, um guarda-chuva

e um para-quedas;

se voltasse a viver, viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver,

começaria a andar descalço

no começo da primavera

e continuaria assim até o fim do outono.

Daria mais voltas na minha rua.

Contemplaria mais amanheceres

E brincaria com mais crianças,

se tivesse outra vez uma vida pela frente.”

Estudo sobre o aperfeiçoamento dos Centros Digitais de Cidadania – CDCs como instrumento de educação popular

Considerando o Programa dos Centros Digitais de Cidadania como subutilizados pelos usuários como instrumento de educação, convidamos a Professora Sylvia Maia para enquadrar o Programa no que houvesse de mais moderno e atualizado no mundo sobre a questão. Continuar a ler…

Reunião de Comemoração de 20 Anos do Projeto Volta a Terra – PVT (Projeto idealizado e iniciado pelo Professor Eduardo Lacerda Ramos em 1990)

Os lavradores, recrutados na massa populacional urbana de Cruz das Almas, Bahia, mostraram coragem e resistencia a todos os preconceitos que lhes tentaram sufocar, mas mostraram, como diria Vitor Hugo, que “não há nada mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou”.

Reunião de Comemoração de 20 Anos do Projeto Volta a Terra – PVT

Sede do Projeto Volta a Terra – PVT na Universidade Federal do Recôncavo Bahiano

Informações e Comentários sobre o Projeto Volta a Terra – PVT

27 de Julho de 2010

Eduardo Lacerda Ramos Continue lendo “Reunião de Comemoração de 20 Anos do Projeto Volta a Terra – PVT (Projeto idealizado e iniciado pelo Professor Eduardo Lacerda Ramos em 1990)”

Desenvolvimento Sustentável de Sistemas de Produção de Frutas Tropicais Nativas e Exóticas – Abordagem Mesoanalítica

Temos perseguido a questão do sucesso ou insucesso de sistemas de produção, tendo em vista o que tem acontecido com o cacau na região cacaueira, o feijão em Irecê, o fumo no Recôncavo, a uva em Juazeiro/Petrolina, etc. Este artigo é um momento neste esforço.

Trabalho apresentado no XLVI Congresso da SOBER, 2008. Continuar a Ler »

RELATÓRIO da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTI: Setembro 2009 – Março 2010

A administração da SECTI procurou se pautar nas seguintes características/ desenvolvimentos: (1) coerência com os princípios e o programa do Governo; (2) continuidade do trabalho da Administração anterior da Secretaria; (3) processo de tomada de decisões coletivo, a partir da denominada “equipe”, composta pelos Secretário, Chefe do Gabinete, Diretor Geral, ambos Assessores Especiais, ambos Superintendentes, Coordenador do Grupo de Relações Internacionais, e o Coordenador do Escritório de Projetos; (4) Avaliação e Planejamento; (5) Interiorização e Internacionalização da ação da Secretaria; (6) Ampliação do escopo da ação da Secretaria com os novos eixos temáticos/programáticos de energia limpa, água, segurança e reestruturação urbana, e (7) Motivação e princípios que apelem para à elevação, a dignidade, e a nobreza do homem. Continue lendo “RELATÓRIO da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTI: Setembro 2009 – Março 2010”

Clássico sobre as ditaduras no mundo moderno – Posfácio escrito por Erich Fromm ao livro 1984 de George Orwell, Edição 2009

Todas as opressões dos homens sobre seus semelhantes ficam melhor compreendidas através do posfácio de Erich Fromm ao clássico de Orwell, 1984: Posfácio escrito por Erich Fromm ao livro 1984 de George Orwell, Edição 2009. Continuar a Ler »